Mato Grosso
MT: Pesquisadores da UFMT publicam artigo sobre nova espécie de sagui encontrado nas bacias do Juruena e Teles-Pires
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Pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) publicaram um artigo na Scientific Reports, periódico incluído no portfólio da Nature, sobre uma nova espécie de sagui da Amazônia, o mico schneideri.
De pelo branco na cabeça, manto cinza, mãos entre preto e dourado e rabo totalmente preto, o mico schneideri é encontrado nas regiões mais elevadas, chamadas de interflúvio, das bacias do Juruena e Teles-Pires.
O artigo foi publicado na Scientific Reports, periódico incluído no portfólio da Nature.
Os saguis do gênero mico estão entre o grupo mais diverso de macacos encontrados no chamado “arco do desmatamento” da Amazônia e o número total de espécies de sagui na região ainda não está claro. Em 2019, o mesmo grupo descobriu o mico munduruku em um trecho de floresta no Pará.
O mico schneideri é a terceira espécie descrita a partir de saguis que foram anteriormente identificados como M. emiliae. Primeiro foi o mico marcai, em 1993, e depois o mico rondoni, em 2010.
Apesar dessas quatro espécies terem sido confundidas umas com as outras, o estudo demonstra que além de serem morfologicamente distintas, cada uma delas fica em locais diferentes.
O mico schneideri fica no interflúvio das bacias do Juruena e Teles-Pires, enquanto o mico emiliae fica no interflúvio entre as bacias do Tapajós e do Xingu.
O mico emiliae foi descrito em 1920, mas ainda carece de estudos, bem como os mais recentes mico schneideri, marcai e rondoni, principalmente por habitarem regiões ameaçadas pelo desmatamento. Essas lacunas de conhecimento são uma das causas para que hoje ainda não exista um protocolo de conservação que possa combater a perda de habitat dessas espécies.
A nova espécie foi nomeada em homenagem ao professor Horácio Schneider, um pioneiro e grande contribuidor para pesquisas sobre a diversidade e evolução dos macacos.
A publicação é resultado da tese de doutorado de Rodrigo Costa-Araújo, no Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia e da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), com contribuição de diversos outros pesquisadores, entre eles o professor Gustavo Canale, da UFMT.
G1.globo.com