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Polícia conclui que adolescente foi executada com tiros e facadas no AC após tentar mudar de facção


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A Polícia Civil concluiu o inquérito sobre a morte da adolescente Amanda Silva Barbosa, de 17 anos, ocorrida em janeiro do ano passado, em Rio Branco. As investigações apontaram que ela recebeu a sentença de morte após tentar mudar de facção criminosa.

Amanda foi executada a tiros e golpes de faca na Travessa da Amizade, no bairro Santa Inês, região do Segundo Distrito de Rio Branco. Ela levou ao menos dois tiros e 12 facadas.

O delegado responsável pelo caso, Ricardo Casas, da Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) informou que o indiciado pelo crime é Ricardinho Vitorino de Souza. Ele confessou o crime contra a adolescente e também outros 14 homicídios ocorridos em Rio Branco.

Crime ocorreu em janeiro do ano passado na Travessa da Amizade, no Bairro Santa Inês, em Rio Branco — Foto: Guilherme Barbosa/Arquivo pessoal

Crime ocorreu em janeiro do ano passado na Travessa da Amizade, no Bairro Santa Inês, em Rio Branco — Foto: Guilherme Barbosa/Arquivo pessoal

“Concluímos que quem matou foi o Ricardinho, ele confessou a autoria e a motivação. Ela e ele eram da mesma organização criminosa, mas ela estava planejando ir para outra facção. Aí, a facção dela descobriu, decretou a morte dela e incumbiu a missão ao Ricardinho, que era amigo dela e tinha uma relação de confiança. Ele então a chamou para um encontro naquela noite do crime. Ao chegar lá, ele sacou a arma, desferiu os disparos contra ela, que correu, mas ele a alcançou e a esfaqueou”, contou o delegado.

O inquérito foi concluído e encaminhado nessa terça-feira (29) à Justiça para as devidas providências. Agora, Souza deve responder por mais esse homicídio.

Condenado

No último dia 9, Ricardinho Vitorino de Souza foi condenado a mais de 28 anos pela morte do jovem Ítalo de Souza Charife, de 20 anos, ocorrida em janeiro de 2020. O júri popular do acusado ocorreu na 2ª Vara do Tribunal do Júri e Auditoria Militar.

Inicialmente, a advogada Helane Christina disse que seu cliente negava autoria do crime. No entanto, no decorrer do julgamento, ele resolveu confessar e teve uma redução de mais de 10 anos na pena, segundo a defesa.

Souza foi preso em fevereiro do ano passado e confessou participação em 15 mortes violentas ocorridas em Rio Branco. Na época da prisão, a Polícia Civil informou que ele executava ordens que partiam de dentro do presídio junto com outros comparsas.

Absolvido

Em abril deste ano, a juíza Luana Campos, da 1ª Vara do Tribunal do Júri, Luana Campos, reconheceu legítima defesa e absolveu Souza da acusação de homicídio qualificado contra Stanley Fernandes, de 20 anos, ocorrido no último dia 7 de janeiro.

Souza tinha sido denunciado pelo Ministério Público pelo crime de homicídio com as qualificadoras de motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima. Fernandes foi assassinado com cinco tiros na área externa de um conjunto de apartamentos na Rua Vitória, bairro Conquista, em Rio Branco. A Polícia Militar do Acre (PM-AC) informou na época que o crime ocorreu quando o rapaz tentou matar um morador, que reagiu.

No entanto, a juíza determinou a absolvição sumária do acusado por entender que a denúncia não trazia elementos suficientes para caracterizar crime e que houve, no caso, legítima defesa. A magistrada pediu ainda que fosse expedido alvará de soltura e que o processo fosse arquivado.

Crimes

Entre as vítimas que a polícia afirma que foram assassinadas por Ricardinho Vitorino de Souza estão Raimundo da Costa Silva, 35 anos, encontrado morto com um tiro na nuca no dia 15 de setembro de 2019, às margens do Rio Acre, no bairro Cidade Nova, em Rio Branco.

A morte do comerciante Marieldo de Souza do Nascimento, de 45 anos, com dois tiros na cabeça na tarde do dia 6 de novembro de 2019 também teria sido causada pelo mesmo homem. O crime ocorreu na Rua Antônio Pessoa Jucá, no bairro Tancredo Neves.

Outras duas vítimas seriam os jovens Paulo Henrique Batista, de 19 anos, e Marcos Gabriel Morais, encontrados mortos, no dia 13 de novembro de 2019, no Ramal Castanheira, na região da Vila Custódio Freire, na BR-364, em Rio Branco.

Carlos Alberto é outra vítima. Ele foi executado no dia 7 de dezembro de 2019 por dois homens em uma moto no bairro Cabreúva. Segundo a polícia, um dos autores sacou a arma e efetuou vários disparos na vítima que foi a óbito no local.

O suspeito teria participação na morte dos irmãos Kellyton dos Santos e Elias dos Santos no dia 30 de dezembro de 2019. Eles foram executados a tiros dentro de casa no bairro Boa Vista.

No mesmo dia, o suspeito teria matado Ediberto Melo de Souza, de 38 anos, executado com 10 tiros no bairro Boa União.

Ricardinho Vitorino de Souza também é suspeito de participação na morte da adolescente Amanda Silva Barbosa, de 17 anos. Ela foi executada a tiros e golpes de faca no último dia 1 de janeiro, na Travessa da Amizade, no bairro Santa Inês.

A morte de Ítalo de Souza Charife, de 20 anos, seria de autoria do mesmo suspeito. O jovem morreu no pronto-socorro de Rio Branco no último dia 5 de janeiro, após ser atingido por, ao menos, quatro disparos de arma de fogo. O crime ocorreu no bairro Conquista e ele foi socorrido e levado ao PS, mas não resistiu.

Outra morte é a do jovem Stanley Fernandes, de 20 anos, executado com cinco tiros no dia 7 de janeiro deste ano. O crime aconteceu em um residencial na Rua Vitória, bairro Conquista, em Rio Branco.

Antônio José de Oliveira da Conceição, de 39 anos, morto no último dia 16 de janeiro, em frente a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do conjunto Habitacional Cidade do Povo também seria uma das vítimas do homem preso.

O suspeito teria ainda participação no ataque a uma casa no bairro João Paulo no dia 26 de janeiro que deixou três feridos e um morto de uma mesma família. Aguida Williane Teles de Souza, de 23 anos, morreu no hospital.

Francisco das Chagas Gomes, de 24 anos, executado com três tiros no último dia 8 de fevereiro, na Praça do Conjunto Rui Lino, em Rio Branco teria sido a última vítima do homem. Ele morreu depois do criminoso e seus comparsas assaltarem um taxista e seguirem pelas ruas da capital atirando.

G1.globo.com

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