Saúde
Hackeando o próprio corpo: Biohacking é tendência nos cuidados com a saúde
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Médico, Paulo Lessa aponta os benefícios da técnica que alia tecnologia e desempenho do organismo
Como seria se você pudesse explorar todo o mecanismo do corpo e potencializar seu funcionamento ao nível máximo? É assim que funciona o biohacking, técnica que tem a intenção de aumentar o desempenho do organismo. Conforme ganha cada vez mais adeptos no Brasil, o médico Paulo Lessa aponta os principais benefícios do método.
“Em uma tradução literal, biohacking é hackear o próprio corpo, misturando biologia e a ética hacker. Os objetivos básicos são ter mais energia e uma mente mais aguçada. As definições do que é exatamente o biohacking na prática variam bastante e muita gente considera essa tendência um estilo de vida. Às vezes, você já é um biohacker – pessoa que segue o biohacking –, e nem está sabendo”, explica.
“É uma abordagem diferenciada de se pensar nos cuidados com a saúde. Ao adotar o biohacking na rotina, você faz uma espécie de mapeamento no organismo para descobrir pontos falhos e melhorá-los, elevando a potência e a capacidade do indivíduo.”
No Vale do Silício, principal polo de tecnologia e inovação do mundo, a técnica se tornou central para otimizar a performance dos profissionais que atuavam na região nos últimos anos. “Aprendizado contínuo, alimentação balanceada, atividade física regular, vida familiar em ordem e sono em dia. A lista do que precisamos para apresentar produtividade é longa e não termina por aí. No Vale do Silício, um dos ambientes profissionais mais competitivos e estressantes do mundo, o biohacking é o mais novo item que entrou para essa checklist”, afirma.
O biohacking, portanto, pode ser algo tão simples como mudar alguns hábitos do dia a dia. A prática de exercícios físicos, uma boa noite de sono e uma alimentação balanceada são exemplos super acessíveis e comuns desse método. Contudo, por conta dos avanços tecnológicos, é provável que o biohacking nos torne “super-humanos” no futuro, com inserções de chips sob a pele.
“Tomar complexos vitamínicos ou cápsulas de ômega-3 certamente podem ser considerados biohacking, mas os adeptos dessa tendência vão muito além dos suplementos encontrados em qualquer farmácia. Muitos biohackers criam coquetéis de suplementos, chamados ‘stacks’, buscando melhorar as funções cognitivas”, descreve.
“Mas o biohacker é muito promissor e vai crescer exponencialmente com o passar do tempo. Será corriqueira a realização de implantes de chips para, por exemplo, amplificar o foco e a atenção”, prevê Paulo.
Antes de fazer qualquer intervenção no corpo, é fundamental consultar seu médico de confiança. O especialista alerta. “Bom senso nunca é demais. Antes de fazer qualquer tipo de procedimento, converse com um profissional de saúde e tenha por perto uma equipe multidisciplinar para te ajudar da melhor forma possível”, recomenda.
“A ciência está evoluindo muito rápido. A cada dia, são descobertas mais ferramentas para incrementar nosso corpo. O biohacking definitivamente veio para ficar”, finaliza.
Thiago Martins de Freitas