Acre
Em um ano, Rio Branco registrou mais de 130 crimes sexuais praticados contra crianças e adolescentes
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Entre março de 2020 e o mesmo período de 2021 a capital acreana, Rio Branco, registrou 133 crimes sexuais praticados contra crianças e adolescentes. O dado, do Departamento de Inteligência da Secretaria de Justiça e Segurança Pública do Acre (Sejusp), é debate na Campanha Maio Laranja do Tribunal de Justiça do Estado (TJ-AC).
A campanha ocorre anualmente em alusão ao Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, celebrado em 18 de maio. Durante todo o mês de maio, são desenvolvidas ações de orientações de combate e prevenção ao abuso e à exploração sexual pela Coordenadoria da Infância e da Juventude (CIJ).
O TJ-AC também está com parceria com demais órgãos, entidades e instituições da Rede de Proteção para orientar e garantir o apoio das vítimas.
Ainda segundo o levantamento da Sejusp, entre 2020 e 2021, 75 crianças de 0 a 12 anos sofreram abusos sexuais na capital acreana. Outro dado mostra os abusos sofridos também por crianças de 12 a 17 anos, que, no total, foram 58 identificados.
Os casos já viraram inquéritos policiais e foram investigados pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca).
No mesmo período entre 2019 e 2020 o número era 40% menor. Antes da pandemia, até março de 2020, foram instaurados 95 casos de crimes sexuais contra crianças e adolescentes.
O TJ-AC destacou que, devido a esse alto número de inquéritos, é necessário reforçar as ações de prevenção e combater esse tipo de crime em Rio Branco e no estado. As denúncias podem ser feitas pelo Disque Denúncia 190 ou Disque 100.
Campanha
A psicóloga e servidora da 2ª Vara da Infância do TJ-AC Rutilena Roque Tavares explicou que a campanha visa a sensibilização e orientação de pais e responsáveis pelas crianças para que fiquem atentos aos sinais e combatem ao abuso nos filhos.
“Fazemos parcerias com entidades, participamos e chamamos para palestras. Geralmente, fazemos campanhas nas escolas, mas por conta da pandemia não foi possível fazermos. Nesses encontros falamos também sobre o bullying, o Ministério Público dá palestras e, às vezes, descobrimos muitos casos por meio dessas palestras”, complementou.
A profissional relembrou que, na maioria dos casos, as vítimas são abusadas por parentes próximos ou que moram na mesma casa. Ela orienta que os pais e responsáveis fiquem atentos aos sinais apresentados pelas crianças, seja um comportamento distante, tristeza, medo de alguma pessoa.
“É mais o abuso sexual interfamiliar, do pai, do avô, tio. Os pais precisam estar mais atentos porque o perigo está mais próximo da gente do que podemos imaginar. Temos que estar vigilantes, prestar atenção na hora do banho, conversar, explicar que não pode pegar nas partes íntimas. Explicar que pode falar para a mamãe, para um adulto. E também precisam acreditar, porque, às vezes, a criancinha está falando e o adulto não acredita. Não leva a sério”, afirmou.
G1.globo.com