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Mato Grosso

MT registra nove casos de síndrome rara associada à Covid-19 em crianças


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Nove casos de Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P) associada à Covid-19 já foram confirmados em Mato Grosso, até essa terça-feira (11). Os dados são do Ministério da Saúde.

Os números constam no boletim epidemiológico que o governo passou a divulgar, desde 1º de setembro de 2020, sobre esta síndrome rara que está acometendo as crianças durante a pandemia.

Seis casos foram em meninos sendo a maioria na faixa etária dos 5 aos 9 anos.

Os outros três casos foram em meninas, sendo dois na idade de 0 aos 4 anos, e um entre 10 a 14 anos. Não há registro de mortes relacionada a doença em Mato Grosso.

O nome completo da síndrome é Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica Temporariamente Associada à Covid-19 (SIM-P).

Desde julho, a notificação pela SIM-P se tornou obrigatória.

A primeira vez que o assunto veio à tona foi no dia 6 de agosto, quando duas crianças já estavam sendo acompanhadas, mas especialistas apontam a possibilidade para mais subdiagnósticos, já que a síndrome tem semelhanças com outra, a de Kawazaki, com febre, manchas vermelhas na pele, conjuntivite, edema de pés e mãos.

Manchas na pele são alguns dos sintomas da doença rara associada à Covid-19  — Foto:  Foto: Getty images via BBC

Manchas na pele são alguns dos sintomas da doença rara associada à Covid-19 — Foto: Foto: Getty images via BBC

Nem todos os casos de SIM-P têm febre. As crianças diagnosticadas necessariamente testaram positivo para Covid-19.

Os sintomas podem evoluir de forma grave com insuficiência respiratória, doença renal aguda, insuficiência cardíaca aguda, com necessidade de internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), e podem evoluir para óbito.

Segundo o Ministério da Saúde, dentre os casos confirmados para SIM-P temporalmente associada à covid-19, cerca de 28% apresentavam algum tipo de comorbidade preexistente e mais de 61% dos pacientes necessitaram de internação em unidade de terapia intensiva (UTI).

Os sintomas mais comumente relatados foram os gastrointestinais (dor abdominal, diarreia, náuseas ou vômitos) e estavam presentes em cerca de 79% dos casos, 57% dos pacientes apresentavam rash cutâneo, 40% apresentavam conjuntivite, 40% desenvolveram disfunções cardíacas, 35,4% tiveram hipotensão arterial ou choque e 30% dos pacientes apresentaram alterações neurológicas como cefaleia ou confusão mental. Evidência de coagulopatia esteve presente em 53% dos casos.

Cerca de 68% dos pacientes apresentaram sintomas respiratórios, incluindo coriza, tosse, dispneia ou queda da saturação.

Os casos suspeitos de SIM-P devem realizar o teste RT-PCR para e sorologia quantitativa. Na ausência de critérios laboratoriais, a vigilância epidemiológica local deve avaliar se o caso suspeito teve contato com caso confirmado de covid-19 para auxiliar na classificação final do caso e preferencialmente realizar investigação domiciliar.

O monitoramento da SIM-P temporalmente associada à Covid-19 é importante para avaliar a magnitude da infecção na faixa etária pediátrica, visto que é uma condição recente e potencialmente grave, em que os dados clínicos e epidemiológicos evoluem diariamente.

G1.globo.com

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