Agronegócios
Fórum Agro MT: pela união do setor
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Novo presidente do Fórum Agro MT, Itamar Canossa escreveu sobre momento do setor produtivo
Quando questionado por uma jornalista sobre qual sua mensagem para o mundo, o recém-empossado Joe Biden respondeu: União. Independentemente de opiniões, de partidos, preferências políticas ou ideologias, a união é tema de urgência mundial. Precisamos de menos polarizações. É chegada a hora de virar a página. É chegada a hora da busca pelos ideais comuns.
O ano que se encerrou há pouco foi um período de pontos e contrapontos em que, muitas vezes, optou-se pela divergência nos debates, deixando de lado os pontos nos quais poderia se avançar e privilegiou-se aquilo que travava o andamento da vida. Foi um período acirrado de polarização com uma guerra entre o “nós” e o “eles”. Como saldo tivemos um ano de poucos avanços.
Mas, como dito, é hora de virar a página. É hora de se observar o que há de metas comuns e trabalharmos por elas.
Para isso existe, no setor agropecuário, o Fórum Mato-Grossense da Agropecuária. Ou, resumindo, o Fórum Agro MT. É uma instituição composta pela ACRIMAT (criadores de gado), ACRISMAT (criadores de suínos), AMPA (produtores de algodão), APROSMAT (produtores de sementes) e FAMATO (a Federação da agricultura e pecuária), que visa defender as pautas comuns do setor em Mato Grosso.
O Fórum Agro MT, embora exista já há muito tempo, foi devidamente institucionalizado no ano de 2018, quando de seu registro em cartório, à época sob o comando do presidente da FAMATO, Normando Corral, que o coordenou por dois mandatos. Nesse período houve uma série de avanços para o setor. O mais importante deles foi a promoção da rotina dos debates nas reuniões da diretoria. Por meio desses debates pudemos traçar linhas de ação para que o setor se posicionasse juntos aos órgãos do Estado.
No dia 25 do mês de janeiro fui eleito com a missão de dar continuidade aos trabalhos do Fórum Agro MT, de manter o bom relacionamento do setor agropecuário com as instituições do Estado e, sobretudo, de manter a união que já destaquei como sendo de importância crucial para os avanços da produção em Mato Grosso.
E recebi a incumbência de coordenar os trabalhos do Fórum Agro MT pelos próximos dois anos, justamente em um momento em que bate à porta a proposta do zoneamento socioeconômico ecológico. Assim, logo na primeira reunião por mim presidida, o colegiado opinou pelo agendamento de uma conversa com os deputados estaduais, que foi estendida para outras federações e para representantes dos municípios mais afetados pela proposta, notadamente os das regiões do Araguaia e do Guaporé.
A união se faz necessária. O setor sabe disso. Os parlamentares também. Por isso compareceram na reunião os deputados Dilmar Dal Bosco, Carlos Avallone, Janaina Riva, Dr Eugênio, Xuxu Dal Molin, Valdir Moretto, Nininho e Max Russi. A presença maciça da Assembleia Legislativa mostra que a proposta do zoneamento é preocupante, mas mostra, sobretudo, que nossa busca pelo alinhamento, pelo bom debate e pela transparência nas ações estão de acordo com o pensamento da Casa Legislativa.
A proposta do zoneamento em estudo é, assim como a apresentada no passado, estranha à realidade. Mostra um Estado de Mato Grosso não condizente com os números que o agro produz. Promove um atraso histórico para o Estado propondo, inclusive, um entrave para a política de logística do país quando cria unidades de conservação em locais já amplamente produtivos e antropizados e que fazem parte do projeto de expansão da malha ferroviária nacional.
Somos favoráveis a que haja uma política de proteção ao meio ambiente e acreditamos que a existente, que protege margens e nascentes de rios, que determina a manutenção de 80% de áreas de floresta, dentre outras tantas obrigações, cumpre bem seu papel. Há que se exigir sua efetividade. Mas isso não se resolve criando mais embaraços ao setor.
E é por isso que a união nos importa. Somente juntos poderemos mostrar, de fato, que o setor agropecuário é fundamental para a existência. Somente juntos poderemos mostrar que o setor cumpre as normas ambientais. Juntos somos capazes de mudar uma narrativa anacrônica que mostra o setor como sendo o mesmo de um passado distante, que não conhecia as necessidades ambientais e que tinha práticas que há muito estão superadas.
A agropecuária de hoje é uma atividade tecnológica, moderna, com o mínimo de impacto e como resultados grandiosos.
Para isso estamos aqui: para mostrar, unidos, que o setor agro produz e também preserva e protege.
Olivre