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Estudo mostra que indústria de etanol de milho gera 3 mil empregos por ano e reforça PIB de Mato Grosso


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Além de ampliar as alternativas de uso do milho produzido em Mato Grosso, a produção de etanol aquece a economia, gerando empregos e ampliando a arrecadação de tributos. Com um benefício complementar: trata-se de uma atividade ambientalmente pouco impactante. Um estudo realizado pela consultoria Agroícone e pela Iniciativa para o Uso da Terra (Input) e divulgado pela União Nacional do Etanol de Milho (Unem) comprova com números que o segmento deve ser encarado com bons olhos. “Somos grandes produtores de milho, e não raro experimentamos a desvalorização de parte da safra devido ao déficit logístico e de armazenagem. A cadeia produtiva do etanol de milho ajuda a superar esse problema, e mais que isso: é uma importante opção de aquecimento econômico com baixo impacto ambiental”, analisa Ricardo Tomczyk, presidente executivo da Unem. Os dados obtidos no estudo “Análise socioeconômica e ambiental da produção de etanol de milho no Centro-Oeste brasileiro” foram apresentados na segunda (16).

Para a realização do estudo, foi considerada como referência a planta da FS Bioenergia, localizada em Lucas do Rio Verde. A indústria produz 500 milhões de litros por ano e demanda 1,2 milhão de toneladas de milho de segunda safra. O objetivo era analisar os impactos socioeconômicos, as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) e o uso da terra quando uma indústria de etanol de milho é instalada e entra em operação.

A fase de investimento, desde o desenvolvimento do projeto até à construção da indústria, costuma levar em média dois anos. Nesse período, são gerados 8,5 mil empregos diretos e indiretos em nível nacional – dos quais 1,6 mil vagas ficam em Mato Grosso. Além disso, adiciona-se cerca de R$ 660 milhões no Produto Interno Bruto (PIB) nacional, gerando uma arrecadação de R$ 80 milhões de impostos municipais, estaduais e federais.

Já na fase de operação, os reflexos são maiores no território mato-grossense: dos 4,5 mil empregos que serão criados a cada ano, 2,9 mil ficam em Mato Grosso. Com a produção em plena carga (não somente de etanol, mas também considerando os derivados DDG, bioeletricidade e óleo de milho bruto), uma indústria injeta R$ 910 milhões na economia nacional, e R$ 716 milhões no estado. Com isso, há a arrecadação de R$ 73 milhões para os cofres públicos (R$ 41 milhões nos estaduais).

A adaptação do modelo de produção norte-americano de etanol para a realidade mato-grossense adiciona no cenário o fato de que, com a utilização de biomassa de eucalipto para produção de energia, existe um grande potencial de redução de emissões de GEE. “Estamos bem abaixo dos patamares norte-americanos, e ‘empatamos’ com os níveis registrados na produção de etanol de cana-de-açúcar”, compara Tomczyk. O etanol de milho gera no mínimo 71% menos gases estufa se comparado com a gasolina, por exemplo.

“Os números nos permitem afirmar que a cadeia produtiva do etanol de milho deve ser fomentada em Mato Grosso, não apenas por ser uma alternativa atrativa economicamente, mas também pela sustentabilidade do modelo”, observa Marcelo Moreira, pesquisador e sócio da Agroícone.

Atualmente, há quatro usinas de etanol de milho em operação em Mato Grosso. Três delas adotam o sistema “flex” (usando não apenas milho, mas também cana-de-açúcar como insumo). A FS Bioenergia é a única planta em operação que produz exclusivamente a partir de milho. Mais três plantas estão em instalação e pelo menos outras três em fase de projeto. A estimativa da Unem é de que em cinco anos a produção mato-grossense de etanol de milho alcance 3 bilhões de litros anuais.

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