Agronegócios
4 tendências da indústria da carne em 2021: CONFIRA
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De olho em 2021 e na crescente demanda deste mercado, Antônio Ponce, líder de proteínas da Sealed Air para América Latina, preparou uma lista com quatro importantes pontos que irão nortear a operação dos frigoríficos e impulsionar o desenvolvimento desta indústria daqui para frente. Confira:
01 – Inovação em tecnologia de embalagem – Conveniência, segurança alimentar e sustentabilidade são aspectos que já fazem parte dos hábitos de compra. Desta forma, o desafio da indústria da carne é atender a estes fatores, considerando todo ciclo de vida do produto também em novos formatos do varejo físico e digital. Ponce explica que diante desta tendência é fundamental investir em novas tecnologias de embalagens.
“Acompanhamos o desafio do varejo para comercializar carnes resfriadas nos novos padrões de lojas mais compactas e convenientes. Nesse contexto, a tecnologia de embalagem a vácuo faz muita diferença, pois permite a redução de aditivos para preservação do alimento, mantendo a qualidade da carne por mais tempo e aumentando o shelf life do produto, que pode chegar até 120 dias. Isso porque a embalagem a vácuo oferece uma alta barreira, aprimora os sabores e evita a oxidação das gorduras e vitaminas.”, comenta.
Além da manutenção da qualidade do produto por mais tempo, o sistema a vácuo contribui com a redução de desperdício de alimentos e gera economia e sustentabilidade para toda a cadeia produtiva. “O consumidor quer produtos em quantidade ideal para seu consumo. Quando o varejo oferece produtos já porcionados em embalagens hermeticamente seladas, ele reduz suas perdas e atende a essa demanda. Além disso, tamanho reduzido da embalagem melhora armazenamento, transporte e refrigeração. Proteínas embaladas a vácuo têm volume reduzido e podem ser dispostas na gôndola de maneira vertical sem perda de líquido, facilitando abastecimento, e gerando redução de custos com logística”, explica Ponce.
A partir de uma jornada de consumo que, a cada ano, tem se tornado mais multicanal e, diante do crescimento do e-commerce de alimentos, o fator hermeticidade se torna ainda mais fundamental para atender às necessidades essenciais de transporte e qualidade do produtos.
02 – Mais automação e robôs nas plantas – A expectativa de retomada da economia e a demanda chinesa apontam para um crescimento do consumo e das exportações de carne bovina, estas devem crescer em torno de 5% em 2021, de acordo com estudo do Banco holandês Rabobank . Até 2029, a FIESP aponta um crescimento de 23% na produção desta categoria no Brasil. Neste contexto, aumenta a pressão sobre a capacidade produtiva dos frigoríficos, ocasionando uma oportunidade para ampliar o nível de automação das operações.
Segundo a EMBRAPA , a tendência é que até 2040 grande parte da mão de obra nos frigoríficos brasileiros seja substituída por robôs. O executivo da Sealed Air endossa essa expectativa e afirma a automação será essencial para aumentar a produtividade com segurança, reduzir riscos de contaminação cruzada, ampliar a segurança alimentar das proteínas e colaborar com o desafio de mão de obra do setor.
“De máquinas semiautomáticas às plantas operadas por robôs, não há dúvida de que a indústria de carnes passará por um avanço nos sistemas de automação. Para se ter uma ideia dos benefícios de plantas automatizadas, uma ensacadora semiautomática que substitui o ensaque manual faz com que a produtividade aumente em 50%, otimizando a mão de obra e disponibilizando profissionais para outros setores – fator relevante, tendo em vista que hoje muitos frigoríficos encontram dificuldade na busca por mão de obra qualificada”. Ponce destaca também que a automação tem papel fundamental na evolução dos padrões de segurança sanitária. “Quanto maior o nível de automação, menos são os pontos de contato e manuseio necessários na cadeia produtiva, garantindo um ciclo mais seguro para a proteína”, complementa.
03 – Rastreabilidade e transparência para uma melhor experiência de consumo – Comunicar ao consumidor a história do produto até sua mesa será uma realidade e um diferencial nos próximos anos. Tecnologias de rastreabilidade em embalagens, como as baseadas em Blockchain, propiciam identificação única para cada produto embalado. “Cada peça passa a ter um RG”, explica Ponce. Rastreabilidade é uma tendência que veio para ficar e vai ao encontro da necessidade de transparência demandada pelos novos hábitos de consumo, além de fazer parte do compromisso com segurança sanitária.
“Além de colaborar com a experiência do cliente ao informar todos os detalhes – desde o campo, passando pela produção, distribuição da peça e consumo – a rastreabilidade contribui no combate a fraudes e beneficia a sanidade animal e segurança alimentar, pontos que inegavelmente estarão sob atenção do consumidor brasileiro daqui para frente”, comenta o executivo.
04- Sofisticação de produtos no varejo – Nos últimos anos a pecuária avançou no desenvolvimento de gados com melhores propriedades genéticas, possibilitando a composição de portfólios com novos padrões de cortes nobres, ampliando as categorias premiums. Ao mesmo tempo, no varejo crescem estruturas mais sofisticadas para venda de carne nos supermercados, além da ascensão das boutiques de carnes. “Vemos um processo de sofisticação da indústria e nesse cenário chamamos a atenção para a apresentação destes novos cortes no varejo. Para valorizar esta categoria é preciso repensar a forma de apresentação e, neste quesito, a indústria e o varejo podem contar com inovação em sistemas de embalagens que são mais transparentes, compactas e que potencializam a captura de valor em toda cadeia de distribuição “, explica Ponce.
O executivo aponta como tendência o crescimento de soluções que se adequem ao padrão sofisticado de vendas de carnes, como embalagens a vácuo hermeticamente seladas que permitem a maturação natural da carne porcionada, sem perder líquido e que ofereçam transparência para que o consumidor veja e sinta todos os lados do corte.
Agrolink