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Covid-19 é 10 vezes mais mortal em pessoas com síndrome de Down, diz estudo


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Pessoas com síndrome de Down, principalmente aquelas com mais de 40 anos, fazem parte de um dos grupos que corre mais perigo ao contrair a Covid-19, de acordo com dois estudos. Segundo um levantamento feito pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, pessoas nesta condição têm cinco vezes mais chance de ser hospitalizada em decorrência da infecção e 10 vezes mais de morrer por conta dela.

Foram analisados dados de 8,26 milhões de pessoas no Reino Unido para chegar e esta estatística.

A universidade de Emory, nos Estados Unidos, também publicou um levantamento que corrobora os dados de Oxford: pessoas com síndrome de Down com mais de 40 anos têm mortalidade por Covid-19 de 51%, contra 7% de pessoas mais jovens. “Essa taxa de mortalidade é comparável à da população com mais de 80 anos”, afirma Anke Huels, responsável pela pesquisa, à revista Science.

Os pesquisadores acreditam que características tradicionais de pessoas com síndrome de Down, como língua grande, mandíbula pequena e amídalas e adenoides relativamente grandes, relacionadas ao tônus muscular da garganta relaxado, podem ser responsáveis pela dificuldade da população com doenças respiratórias. Muitos também têm problemas cardíacos, um dos principais fatores de risco para a Covid-19.

A genética também pode estar envolvida na piora do quadro. Com três cromossomos 21, são três cópias do gene que codifica uma das enzimas usadas pelo coronavírus para invadir células – uma análise feita na Espanha mostra que as células de pessoas com Down expressam 1,6 mais da enzima do que a da população com o número regular de cromossomos.

O sistema de defesa também não funciona muito bem, com um desenvolvimento falho das células T e baixo nível de células do tipo B, que previnem o ataque das células imunes aos próprios tecidos do corpo.

Apesar do risco, as pessoas com Down não estão no primeiro grupo de pessoas vacinadas nos Estados Unidos ou no Reino Unido, que já começaram a imunização, e não estão entre o grupo considerado de risco pelo Ministério da Saúde. “Essa é uma população vulnerável que precisa de políticas protetivas”, afirma Julia Hippisley-Cox, uma das autoras do estudo de Oxford.

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