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Câncer de mama aumenta em mulheres com menos de 40


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Manter qualidade de vida, ir ao médico regularmente e o autoexame são fundamentais para prevenção e cura

A modelo brasileira Fernanda Motta anunciou na última semana que teve um câncer de mama no ano passado, aos 38 anos. Ela é mais uma brasileira que faz parte de uma triste e preocupante estatística, a incidência cada vez maior deste tipo de câncer em mulheres com menos de 40 anos. Há 20 anos, apenas 3% das afetadas por este tumor tinha menos de 40 anos. Hoje, o número está em 13%.

“Não sabemos as causas deste crescimento ainda, mas uma das hipóteses é o estilo de vida atual, como alimentação inadequada, alto uso de produtos industrializados, vida sedentária, sobrepeso, tabagismo, uso exagerado de bebidas alcoólicas, entre outros fatores que influenciam no desenvolvimento do câncer de mama, e que podem estar fazendo com que o diagnóstico seja cada vez mais precoce”, aponta o mastologista da Oncolog, Luciano Florisbelo da Silva.

O câncer de mama é o tumor mais incidente em mulheres na maior parte do mundo. No Brasil, a estimativa é de 66.280 novos casos de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca) somente este ano, dos quais mais de 8 mil casos serão em pacientes com menos de 40 anos.

O médico explica que os casos de câncer de mama em mulheres muito jovens implicam em mais um agravante, a dificuldade em detectar os nódulos. Isto porque, geralmente, o tecido mamário é mais denso se comparado com as de mais idade, o que dificulta sua identificação, seja por meio da apalpação ou até mesmo por meio da mamografia.

Nestes casos, explica o médico, quando existe o indício de um nódulo, são indicados outros exames como o ultrassom ou ressonância magnética. “Hoje, também temos um exame chamado tomossíntese. De forma simplificada, podemos dizer que é uma mamografia melhorada. Trata-se de um exame com contrastes, em que conseguimos identificar os nódulos em mamas densas”.

Muitas mulheres jovens podem ignorar os sinais de alerta porque acreditam não ter idade para serem afetadas pela doença. Um dos aspectos em que as jovens devem ficar atentas é quando houve casos na família, especialmente entre mães, avós e irmãs.

“Além do nódulo, outros sinais podem indicar a presença de um tumor maligno, como alterações na cor da pele da mama, como vermelhidão, pele retraída ou enrugada parecida com casca de laranja; alterações no mamilo; excreção de líquido anormal pelos mamilos; pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço”, destaca o mastologista.

A boa notícia em relação aos nódulos em mamas é que 80% deles são benignos e apenas 20% sendo considerados malignos. Outra boa notícia, é que detectado no início, as chances de sucesso no tratamento e cura da doença são de até 95%, por isso é essencial que as mulheres se mantenham atentadas aos sinais do corpo e cuidem da saúde.

As recomendações de prevenção são as mesmas para todas: alimentação balanceada, pouco consumo de carne vermelha ou carnes processadas, atividades físicas regulares, manutenção do peso adequado, não fumar e evitar o consumo de bebidas alcoólicas. A partir dos 40 anos, a mulher deve consultar o médico ao menos uma vez ao ano e, também, passar por uma mamografia. Já o autoexame, para sentir a presença de nódulos, deve ser feito já a partir da vida adulta, ao menos uma vez ao mês, em geral cinco dias após a menstruação.

Uma vez detectado um nódulo com características oncológicas, o passo seguinte é a realização de biópsia. Detectado um câncer, o tratamento é cirurgia, que pode significar a retirada apenas do tumor com uma margem de segurança, até a retirada parcial ou total da mama. Em todos os casos, a reconstituição estética pode ser feita junto com a retirada do tumor. Após a cirurgia, a paciente terá que passar por quimioterapia e, em alguns casos, a radioterapia.

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