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João Victor Souza Lenzi, 15 anos, morador do distrito de Jacinópolis, em Nova Mamoré, fazia suas atividades normalmente e, como maioria dos adolescentes de sua idade, adora jogar futebol. Mas o destino mudou sua rotina e no ultimo domingo (24), o jovem deu entrada no Pronto Socorro João Paulo II em estado grave. “Meu sobrinho chegou aqui com fortes dores nas pernas, muito inchado e quase sem voz. Ele já tinha passado por outras unidades de saúde próximas à nossa região, mas foi aqui no João Paulo que o João Victor encontrou socorro. Aqui ele foi atendido imediatamente, cuidaram dele tão bem que hoje olho pra ele e me emociono. Só tenho a agradecer pelo que fizeram por ele”, disse emocionado, o senhor Francisco Bonifácio de Souza, que é tio e padrinho do menino. De acordo com Kênio Teixeira, um dos médicos que atendeu o adolescente, o menino chegou à unidade em estado muito grave, dispneico e com falta de ar, em decorrência de uma insuficiência cardíaca, apresentando cardiopatia delatada. Ainda de acordo com o médico, o primeiro atendimento foi primordial para salvar a vida do garoto. Foram feitas medidas para conforto respiratório, para eliminar o excesso de liquido. “Nesses casos a agilidade no atendimento é primordial. Nossa equipe de urgência e emergência do JP foi ágil, agora vimos a evolução do paciente com melhora visível. Seguimos com os procedimentos para investigar a causa que levou a esse acúmulo de líquido e a insuficiência cardíaca”, afirmou Kênio Teixeira. João Victor recebendo as luvas de presente do Dr. Vinicius Ortigosa, com parte da equipe da sala vermelha do JPII Ainda de acordo com o médico plantonista do pronto-socorro, diante do quadro de saúde de João Victor, algumas mudanças precisarão ser adotadas em sua rotina. “Esperamos é que o coração recupere pelo menos uma parte da fração de ejeção, de qualquer forma a condição de base vai restringir um pouco a atividade física. A princípio, por conta dessa alteração cardíaca, sabemos que ele gosta de jogar futebol, vamos ter que trabalhar isso com ele depois”, frisou Kênio Teixeira. GOLEIRO A história do jovem João Victor emocionou toda equipe da sala de emergência do Pronto Socorro João Paulo II, o menino que chegou muito grave na unidade, e quando conseguiu conversar contou para equipe médica o seu sonho. “Em um momento de conversa com o João, ele nos disse que joga futebol na posição de goleiro, que é corintiano, e que tem como ídolo o goleiro Cássio, e nesse momento, sabemos da limitação que a partir de agora esse menino terá. Ficamos emocionados, no dia 26 o adolescente completou 15 anos de idade – três dias depois de dar entrada aqui com a gente – nos sensibilizamos com a história desse menino que vem de família simples e humilde, mas com um sonho que pode ser interrompido por apresentar insuficiência cardíaca avançada”, narrou o médico Vinicius Ortigosa Nogueira, coordenador Médico da Emergência. “E para melhorar seus dias e sua recuperação, nós compramos uma luva de goleiro e presenteamos o João Victor, que pergunta insistentemente quando terá alta”, complementou o médico. O sonho do adolescente de ser goleiro por enquanto está adiado. A insuficiência cardíaca, também chamada de insuficiência cardíaca congestiva, é uma doença na qual o coração não consegue mais bombear sangue suficiente para o resto do corpo, não conseguindo suprir a suas necessidades.


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Representantes do Ministério Público de Rondõnia (MP-RO), dos conselhos estadual e municipal de educação, de escolas particulares e familiares de crianças com deficiência se reuniram em Porto Velho na quinta-feira (28) para debater a educação inclusiva nas instituições privadas.

Na ocasião, a Promotoria de Educação da capital propôs um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) e abriu um prazo de 10 para que as instituições se manifestem se tem interesse na assinatura do compromisso.

A promotora Priscila Matzenbacher explicou ao G1 que o objetivo é dar continuidade ao trabalho do MP garantir educação equânime aos educandos com deficiência. Apenas em 2019, mais de 120 reclamações foram registradas na promotoria por dificuldades no acesso à educação inclusiva.

“Quando o acesso é permitido, há uma cobrança indevida. Há várias notícias de 20% de adicional no preço da matrícula ou mesmo que o profissional de apoio deverá ser pago pela própria família. Tudo isso do ponto de vista legal é ilícito e até criminoso”, alerta.

Priscila destaca que a legislação já garante os direitos dos estudantes e que o evento teve objetivo de orientar os donos das escolas sobre o cumprimento das normas.

“Embora nós estejamos propondo um TAC pra que as empresas se ajustem e se regularizem, a verdade é que não há mais nenhum prazo legal. As empresas estão completamente irregulares. Não se tem que falar de discutir, construir o que deve ser feito. Isso já está superado. A legislação é muito clara, é um dever garantir a educação inclusiva”, pontua.

Encontro sobre educação inclusiva nas escolas particulares de Porto Velho — Foto: Diêgo Holanda/G1

Encontro sobre educação inclusiva nas escolas particulares de Porto Velho — Foto: Diêgo Holanda/G1

Durante o encontro foi entregue uma notificação recomendatória com os princípios legais que tratam do assunto. Caso as instituições não se adequem, o MP vai requerer judicialmente a responsabilização, conforme a promotora.

“O que a gente precisa é que a sociedade nesse período de matrícula denuncie aquelas escolas que neguem a matrícula para educandos com alguma deficiência ou mesmo que garantam o acesso, mas não ofereçam uma educação verdadeiramente inclusiva”, diz.

Flaviana Tertuliana, líder do grupo “Mães Coragem Indesistíveis”, que reúne familiares de estudantes com deficiência foi uma das participantes do evento. Ela acredita que com a conscientização das escolas, o cenário de inclusão pode melhorar no próximo ano letivo.

“O evento trouxe a todos mais um momento de ouvir , conhecer, entender e refletir. A pessoa com deficiência precisa ter acesso a todo contexto escolar, estamos falando de uma educação inclusiva , de qualidade e continuada. Não podemos mais esperar , esse momento de espera deve acabar e as escolas precisam se adaptar precisam promover essa inclusão de fato e de direito”.

G1 entrou em contato com o Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino de Rondônia (Sinepe), mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.

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