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Mato Grosso

Seis mulheres dizem que foram forçadas a tatuarem o nome de agente preso suspeito de tortura e cárcere em Cuiabá


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As vítimas do agente penitenciário Edson Batista Alves, de 35 anos, preso em Cuiabá suspeito de torturar e manter em cárcere privado a mulher dele e o enteado de 6 anos, disseram que foram obrigadas a tatuarem o nome dele. Elas também denunciaram que foram espancadas e humilhadas. Durante as agressões, ele as obrigava a pedir desculpas a ele.

Segundo as vítimas, Edson marcava o horário com o tatuador, as buscavam em casa e as levavam para que fizessem a tatuagem. Com medo de serem espancadas, elas não se recusavam.

Vítima foi obrigada a tatuar o nome e o sobrenome do agente penitenciário — Foto: Arquivo pessoal

Vítima foi obrigada a tatuar o nome e o sobrenome do agente penitenciário — Foto: Arquivo pessoal

Ao todo, seis ex-namoradas e ex-mulheres fizeram denúncia contra ele à polícia. Todas elas foram obrigadas a tatuarem o nome dele. Uma delas tatuou o nome e o sobrenome: “Edson Alves”, seguido de um coração.

Agente marcava com o tatuador e levava as vítimas para fazer a tatuagem — Foto: Arquivo pessoal

Agente marcava com o tatuador e levava as vítimas para fazer a tatuagem — Foto: Arquivo pessoal

Outra disse que ele as obrigava a beber a urina dele e chupava o sangue delas.

“Ele fez um pacto, que tinha que chupar o sangue, ele gosta de sangue. Ele é um demônio. Ele fazia a gente tomar o xixi dele, não só eu, mas as outras vítimas. A desculpa dele é que ele é doente, depressivo e que a gente tem que cuidar dele”, contou uma das vítimas, que pediu para não ter o nome divulgado.

Uma das vítimas registrou quatro boletins de ocorrência contra o agente.

Edson Batista Alves, de 35 anos, foi preso em Cuiabá — Foto: Facebook/Reprodução

Edson Batista Alves, de 35 anos, foi preso em Cuiabá — Foto: Facebook/Reprodução

Tortura e cárcere

Edson Batista foi preso na madrugada da última quinta-feira (21), após a mulher dele e o enteado fugirem e procurarem a polícia.

Segundo a polícia, a mulher e a criança eram torturadas e mantidas em cárcere privado há duas semanas. Edson chegou a quebrar o braço do enteado e o obrigou a gravar um vídeo dizendo que tinha sofrido a fratura em um acidente.

Menino foi queimado com água quente pelo padrasto — Foto: TVCA/Reprodução

Menino foi queimado com água quente pelo padrasto — Foto: TVCA/Reprodução

As vítimas estavam com vários hematomas pelo corpo. Elas relataram que, além de socos e chutes, eram espancadas com fio de carregador, cabo de vassoura e até queimadas com água quente.

A mãe da criança namorou Edson por três meses. Ela se mudou com o filho de Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá, para a capital para morar com Edson há duas semanas.

Ela disse à polícia que desde que começaram a morar juntos foi mantida trancada em casa e o suspeito passou a ser agressivo.

A criança afirmou à reportagem que Edson chegou a colocar a cabeça dela na privada durante as agressões.

Criança teve o braço quebrado ao ser espancada pelo padrasto — Foto: TVCA/Reprodução

Criança teve o braço quebrado ao ser espancada pelo padrasto — Foto: TVCA/Reprodução

O menino disse ainda que fingia dormir quando a mãe era espancada. No entanto, nesta semana, o padrasto percebeu que ele estava acordado e o espancou. Além dos hematomas, o menino teve o braço quebrado.

A criança foi encaminhada desacordada ao hospital.

“Ele me batia, me chutava. Ele prendia meu braço e me chutava na barriga. Tive que aguentar”, contou.

Segundo a mãe, além das agressões, o suspeito ameaçava o filho dela de morte, caso ela o denunciasse.

A vítima contou que nessa quarta-feira (20) eles foram a um jantar na casa de amigos e ela conseguiu fugir com o filho durante a madrugada quando o suspeito foi ao banheiro. Ela procurou ajuda em uma base da Polícia Militar, em Cuiabá.

Edson Batista Alves, de 35 anos, foi preso em Cuiabá — Foto: Facebook/Reprodução

Edson Batista Alves, de 35 anos, foi preso em Cuiabá — Foto: Facebook/Reprodução

A prisão

Segundo a polícia, após descobrir a fuga da mulher, Edson ainda teria rastreado o celular dela. Ele foi preso rondando a base da polícia.

Após a prisão, o suspeito foi encaminhado para audiência da custódia e a Justiça converteu a prisão em flagrante em preventiva.

Ele foi encaminhado para um presídio militar, em Santo Antônio de Leverger.

O agente atuava no Setor de Operações Especiais (SOE), mas estava afastado do trabalho por violência doméstica e era monitorado por tornozeleira eletrônica.

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