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Brasil, Argentina, Colômbia e EUA defendem 2º turno de eleições na Bolívia


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Bogotá, 24 out (EFE).- Os governos de Brasil, Argentina, Colômbia e Estados Unidos defenderam nesta quinta-feira a realização de um segundo turno das eleições na Bolívia caso o país não possa garantir junto à Missão de Observação Eleitoral da Organização dos Estados Americanos (MOE) “uma apuração transparente e crível” da votação realizada no último domingo.

“Caso a MOE não esteja em condições de verificar os resultados do primeiro turno, pedimos ao governo da Bolívia para restaurar a credibilidade de seu sistema eleitoral através da convocação de um segundo turno que seja livre, justo e transparente entre os dois candidatos mais votados”, disseram os quatro países em comunicado.

O desfecho das eleições bolivianas ainda não está claro. De acordo com o sistema eleitoral do país, caso um candidato vença o primeiro turno com pelo menos 40% do total de votos válidos e com dez pontos percentuais de vantagem sobre o segundo colocado, tem a vitória assegurada sem a necessidade de um segundo turno.

Às 19h55 desta quinta-feira (horário local; 20h55 de Brasília), quando 99,9% da apuração havia sido concluída, segundo o órgão eleitoral do país, o presidente Evo Morales, que tenta a reeleição e o quarto mandato consecutivo, tinha 47,07% dos votos, contra 36,51% do ex-presidente Carlos Mesa, que tenta voltar ao poder e alega que o processo eleitoral é fraudulento em favor do atual governante.

Os motivos da acusação são lentidão e interrupções na contagem dos votos, além da divulgação, no próprio dia do pleito, de um resultado extraoficial, baseado em um sistema de apuração rápida, que indicava a vitória de Morales no primeiro turno, enquanto a apuração oficial, muito mais lenta, mostrava uma incipiente tendência de realização do segundo turno quando foi paralisada – só foi retomada na segunda-feira. Com isso, setores da oposição convocaram uma greve nacional e manifestações populares, algumas das quais tiveram atos de violência.

Diante do cenário de incerteza, os quatro países afirmaram no comunicado que, assim como “a comunidade democrática internacional” – sem explicarem a quais países se referem -, só reconhecerão os resultados que “reflitam realmente a vontade do povo boliviano”.

Os quatro países ressaltaram ainda que “o povo boliviano tem o direito de escolher seus líderes em eleições livres e justas”, princípio consagrado “na Carta Democrática Interamericana e na Constituição boliviana”.

“Portanto, estamos profundamente preocupados com as anomalias no processo de apuração na Bolívia”, acrescentaram.

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