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Indústria produz mil toneladas de farelo de milho por dia e afirma que produto é o que mais contribui para o crescimento do mercado da carne em MT


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Uma indústria de etanol de milho em Sinop, a 503 km de Cuiabá, produz mil toneladas de farelos de milho para ração animal (DDGs, na sigla em inglês) por dia. O gerente comercial da indústria, Flávio Peruzo, afirmou que o produto é o que mais vai contribuir para a transformação do mercado da carne na região.

O DDGs é um subproduto da fabricação de etanol de milho, que é usado como um ingrediente alternativo para a produção de ração.

Esse subproduto tem potencializado a pecuária no estado, já que oferece um percentual maior de proteína com um custo menor, se comparado ao farelo da soja.

Com cerca de 34% de proteína, ele é indicado para alimentação animal. O preço pago pelos criadores também é atrativo. A tonelada está custando em torno de R$ 550 para retirar na indústria.

Segundo Flávio, a indústria que ele gerencia tem por objetivo fomentar o mercado pecuário regional. No entanto, pela quantidade fabricada e pela demanda, a empresa tem realizado a exportação desse farelo para outros estados brasileiros.

“Temos um foco bastante regional, mas o produto também é fonte de proteína para a avicultura, suinocultura e piscicultura, então existe uma demanda grande que está nos levando para a exportação desse produto. É um mercado amplo, mas o foco do DDGs é fomentar a cadeia da carne na região”, explicou.

O superintendente do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Daniel Latorraca, afirmou que esse ingrediente alternativo tem diminuído o ciclo de criação da pecuária e acelerado a produção de carne no estado.

Indústria de etanol de milho produz mil toneladas de farelos de milho para ração animal — Foto: Ernesto de Souza/ Editora Globo

Indústria de etanol de milho produz mil toneladas de farelos de milho para ração animal — Foto: Ernesto de Souza/ Editora Globo

‘Transformando o milho em carne’

Daniel explicou que, há 10 anos, 66% do abate era de animais com mais de três anos. Já nos últimos dois anos, com o uso do DDG, a maioria dos animais de abate tem menos de três anos.

O gerente Flávio ressaltou que o objetivo é utilizar o DDG para acelerar a produção de carne no estado.

“Vamos transformar o milho em carne, para exportar carne. Essa vai ser a grande transformação que a indústria de etanol de milho, que não é só de etanol, vai trazer pro estado. O etanol é o principal produto por valor agregado, mas o DDGS é o que mais vai contribuir para esse mercado de carne”, ressaltou.

Farelo de milho é usado para a produção de ração para gado — Foto: Adriano Oliveira/G1

Farelo de milho é usado para a produção de ração para gado — Foto: Adriano Oliveira/G1

O uso do DDG em rações animal

Além do uso do farelo de milho para a produção de ração para gado, o veterinário Enrico Ortolani afirmou que o DDG pode ser utilizado na alimentação de porcos, aves e peixes.

  • Boi: para engorda, recomenda-se oferecer até 35% da ração ofertada;
  • Vacas leiteiras: para animais em lactação, é recomendado o uso até 25% da alimentação;
  • Suínos: pode ser empregado tanto para suínos de engorda como para marrãs (porcas recém-desmamadas) até 20% da dieta total;
  • Frangos: o produto pode ser utilizado em até 8% da dieta;
  • Perus: é possível usar o DDG em até 15% da alimentação;
  • Galinhas para produção de ovos: a recomendação é utilizar até 25% da dieta;
  • Peixes: para animais em cativeiro, o DDG demonstrou resultados na engorda com uso de até 15% da ração.
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