Saúde
Conheça 7 causas para as dores abdominais
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Uma das áreas mais sensíveis do corpo — por comportar órgãos vitais como estômago e intestino —, o abdômen pode ser alvo de variadas dores. Cada tipo de incômodo pode sinalizar um problema específico, por isso, é interessante se manter atento a qualquer mal-estar na região.
“Nem a dor de cabeça é tão frequente como a dor abdominal. Ela ainda tem várias causas, por isso o mais importante é entender o tipo da dor, se é cólica, pontada, queima. Isso ajuda o médico a buscar o diagnóstico”, lembra Flávio Quilici, titular da Sociedade Brasileira de Coloproctologia.
Veja sete possíveis causas das dores abdominais:
1 – Estresse
Você conhece alguém que, depois de um dia cheio no trabalho, costuma chegar em casa com dores no abdômen? Ou, então, fica nervoso diante de uma situação e precisa ir ao banheiro? Dores abdominais relacionadas ao estresse podem acontecer com frequência porque o sistema nervoso autônomo controla funções do processo digestivo.
“Temos dois sistemas no corpo: aquele que você comanda, que faz mexer um braço, por exemplo, e o sistema autônomo, que controla a respiração, os batimentos cardíacos. Quando há algum tipo de estresse, pode haver um estímulo nessa parte autônoma e isso causar dores no estômago ou no intestino. É um estímulo causado pelo estresse que independe da vontade do indivíduo”, explica Quilici.
2 – Constipação
Os hábitos intestinais de cada indivíduo variam bastante, mas é possível estabelecer uma média. Segundo os médicos, a média da população evacua uma vez por dia, sendo ainda considerado normal evacuar no mínimo uma vez a cada três dias ou até três vezes por dia.
“O leque do que é normal é bastante variado. O paciente deve observar seus hábitos intestinais. Se ele geralmente vai duas vezes ao dia e, de repente, pula dois dias sem evacuar, está constipado”, observa Quilici.
A constipação costuma ser um problema feminino. Para cada quatro mulheres com o distúrbio, há um homem. Os sintomas são dor, incômodo e sensação de inchaço. Para evitar esse problema, os médicos recomendam manter uma dieta equilibrada, com ingestão de fibras e consumo de água.
3 – Gases
Gases não costumam ser sintoma de nada sério, mas podem causar dores fortes na região abdominal. O ar preso distende a alça intestinal, gerando incômodo e mal-estar.
Para prevenir, as pessoas devem evitar alimentos como feijão, ervilha, lentilha e leguminosas, além de outros que fermentam muito, como alguns tipos de farinha. Levar uma vida saudável, com dieta equilibrada, é a principal indicação dos médicos para evitar os gases.
4 – Cólon irritável
O cólon irritável (ou síndrome do intestino irritável) é uma condição onde há uma hipersensibilidade do intestino, ou seja, ele se torna mais suscetível a fatores externos como alimentação pesada, estresse ou, até mesmo, uso de múltiplas medicações.
A síndrome pode se manifestar na forma obstipante (o paciente tem dificuldade de evacuar), diarreica ou mista (quando se alternam os dois quadros, ora constipação ora diarreia). A dor abdominal é um dos principais sintomas, acompanhado de aumento da produção de gases e abdômen “estufado”.
5 – Gastroenterite viral
A gastroenterite é um termo genérico para indicar diversos problemas no trato digestivo, como intoxicação alimentar e infecção gastrointestinal. Quando ela vem acompanhada do termo “viral”, refere-se à infecção por vírus.
A contaminação se dá via contato de uma pessoa infectada por outra, no chamado ciclo oral-fecal (alguém contaminado não limpa a mão corretamente, e o vírus se espalha). Situações de confinamento podem favorecer esse tipo de disseminação, como viagens longas de ônibus, cruzeiros, entre outras. Por isso, o jeito mais fácil de evitar a gastroenterite é lavar as mãos.
Além da dor abdominal na forma de cólica, outros sintomas são diarreia, febre, náusea e vômito.
6 – Intoxicação alimentar
A intoxicação alimentar nada mais é do que um tipo de gastroenterite. Nesse caso, a contaminação pode ser viral ou bacteriana, mas o fator é o mesmo: a exposição do indivíduo ao agente contaminante (contato com germes ou com alguém que está com esses germes).
A dor abdominal geralmente vem acompanhada de outros sintomas, como diarreia e vômito. Para prevenir, os especialistas aconselham a comer em locais de boa procedência, onde você tem certeza de que os alimentos são bem preparados e manipulados em condições de higiene.
Fique atento à procedência do seu alimento — Foto: Divulgação
7 – Apendicite
A apendicite nada mais é do que a inflamação do apêndice, estrutura de 6 a 10 cm que fica no cólon, parte do intestino grosso. É como se fosse um pedaço do intestino com fundo cego. A obstrução do apêndice gera um processo infeccioso de inflamação.
No começo do quadro, a dor fica próxima à região umbilical, semelhante à dor de cólica. Com o agravamento da infecção, o apêndice irrita a parede do abdômen por dentro, no quadrante inferior direito, com sensação de pontada. Essa piora pode levar de seis a 12 horas, variando de pessoa para pessoa.
O tratamento é cirúrgico, com remoção do apêndice, e depois o paciente deve tomar antibióticos para evitar a circulação das bactérias.
“É um diagnóstico comum em pacientes jovens, e acontece com relativa frequência. Na maioria das vezes, quando o diagnóstico é feito e tratado, fica tudo certo. Se não, pode complicar”, lembra o cirurgião oncológico do aparelho digestivo, Raphael Araújo.