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Investimentos em pesquisa científica realizam sonhos e formam profissionais em Rondônia


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Um sonho está a caminho de se realizar para Mauro Valentino Paloschi, 26 anos. “Desde pequeno eu sempre disse: quando eu crescer quero ser cientista”. Há sete anos o jovem embarcou na viagem em busca do conhecimento. Primeiro com a graduação em Biomedicina, na Universidade Federal de Rondônia (Unir). Como era morador da cidade de Alta Floresta, Mauro mudou-se para a capital, Porto Velho.

“Quando eu terminei a graduação, fiz a Iniciação Científica, o Mestrado pelo Programa de Pós-Graduação em Biologia Experimental, e prossegui com o Doutorado pelo mesmo programa. Com a bolsa de pesquisa da Fapero eu recebo R$ 2.200, um padrão nacional. Graças a essas oportunidades e investimentos nos programas de Iniciação Científica, Mestrado e Doutorado, eu consegui chegar a esse sonho, consegui ser um cientista, contribuir com o desenvolvimento de Ciência não só no país, pois essas pesquisas são conhecidas pelo mundo inteiro”.

Mauro é doutorando e conduz a carreira científica como pesquisador na Fundação Oswaldo Cruz, e concluirá o curso em 2021. “Aqui no nosso laboratório trabalhamos com Imunologia, que é o estudo do sistema de defesa do nosso corpo contra os venenos de serpente. Estamos tentando entender como o nosso corpo se defende do envenenamento. Se entendermos isso, poderemos encontrar uma terapia mais adequada para o tratamento”.

 “Desde pequeno eu sempre disse: quando eu crescer quero ser cientista”, revela o doutorando, Mauro Paloschi.

Mauro mostra o microscópio intravital, que permite imagens com animais ainda vivos

O pesquisador explica que, mesmo tendo disponível o soro antiofídico, que reverte os efeitos sistêmicos do envenenamento ofídico, mas efeitos locais, da área onde acontece a mordida da serpente, não são revertidos e muitos pacientes acabam perdendo um membro ou ficando com uma lesão grave no local da mordida porque ainda não existe o tratamento adequado para o efeito local.

Orgulhoso por poder trabalhar com alta tecnologia de pesquisa, Mauro mostra o microscópio intravital, que permite imagens de animais ainda vivos, com resultados mais precisos. “Ele custa milhões e é o único na região Norte”.

Jéssica Amaral Lopes, também aos 26 anos, é colega de carreira de Mauro. Estudam juntos na Unir desde o tempo da graduação, sendo a dela em Biologia e, agora, compartilham o mesmo laboratório de pesquisa. “A diferença é que os venenos que eu trabalho são outros, as vertentes são diferentes, mas com o mesmo fim, que é Imunologia Celular”.

Para a doutoranda, para quem não é filho de pais com boas condições financeiras, a bolsa financiada pela Fundação Rondônia de Amparo ao Desenvolvimento das Ações Científicas e Tecnológicas e à Pesquisa do Estado de Rondônia (Fapero) é muito importante para a que os contemplados possam se manter nos estudos. “Não temos férias, carteira assinada e nenhum outro benefício. Minha carteira de trabalho não tem nenhum registro ainda, porque eu até hoje só me dediquei aos estudos. O meu curso era integral, e nos períodos vagos eu ficava em laboratório querendo aprender mais. Tudo isso tem um custo: alimentação, transporte, e até aluguel, no caso do Mauro”. Sobre o trabalho, a pesquisadora destaca a necessidade da bolsa.

Aqui trabalhamos com experimental e isso demanda muito tempo. Então esse auxílio é para sobrevivermos e podermos sugar ao máximo todo conhecimento aqui aplicado e descoberto”, declara Jéssica Amaral, doutoranda em Biologia Experimental.

INVESTIMENTOS

Primando pela manutenção das pesquisas e formação de profissionais qualificados para a carreira científica, o Governo do Estado abrirá Crédito Suplementar por Superavit Financeiro até o valor de R$ 50 mil para dar cobertura orçamentária à Fapero, que em Termo de Cooperação com a Secretaria Estadual de Agricultura (Seagri) realizará o projeto “Pesquisa Técnica e Científica em Sistema Intensivo de Cultivo em Tanque Rede para Lagos Artificiais e Naturais do Estado de Rondônia”.

A liberação do recurso foi autorizada pela Assembleia Legislativa em agosto deste ano. Desta forma, a Fapero dará o suporte às pesquisas sobre aquicultura, com experimentos de produção de peixes em sistemas intensivos em tanque rede, no Lago de Cujubim Grande e realizará a seleção de projetos direcionados ao objetivo do programa, com chamamento público e todas as etapas de avaliação, concomitante a classificação das propostas.

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