Agronegócios
Cooxupé receberá menos café que o esperado em 2019, diz presidente
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A Cooxupé, maior cooperativa de produtores de café do mundo, receberá este ano cerca de 500 mil sacas de 60 kg a menos do que o inicialmente esperado, devido a uma safra menor e com qualidade inferior ao projetado anteriormente, disse nesta terça-feira o presidente da instituição, Carlos Augusto Rodrigues de Melo.
A afirmação foi feita após a realização, nesta terça-feira, de um fórum com especialistas do setor em Guaxupé, no Sul de Minas Gerais, que debateram na sede da cooperativa como as condições climáticas têm afetado a cultura na principal região produtora do Brasil, maior exportador global da commodity.
“Entendemos que, se a cooperativa não vai receber (o que ela projetava) é porque tem queda (na produção), ficou muito claro neste dia de debates sobre o clima, os palestrantes foram muito enfáticos sobre o problema climático”, declarou ele à Reuters, por telefone.
A expectativa inicial da Cooxupé era um recebimento de 5,732 milhões de sacas de 60 kg, sendo 4,25 milhões de cooperados e 1,48 milhão de terceiros.
“Estamos chegando à conclusão de que esses números não passam de 3,9 (milhões) a 4 milhões de cooperados e mais 1,2 milhão de terceiros… Isso cai para 5,2 milhões”, acrescentou ele.
No ano passado, entre cooperados e terceiros, a Cooxupé recebeu um volume recorde de 6,45 milhões de sacas, sendo quase 5 milhões de cooperados. A temporada de 2018 foi a de alta no ciclo produtivo bianual do café arábica, variedade dominante da cooperativa, que atua no Cerrado Mineiro e parte de São Paulo, além do Sul de Minas.
PRÓXIMA SAFRA
“Esta safra que está findando, vamos ter algumas perdas de quantidade, e também a de 2020, que nem se iniciou, infelizmente. As nossas lavouras já estão dando as primeiras floradas…”, disse ele, ressaltando que os cooperados já viram duas florações: uma menor, em julho, e outra recentemente.
“Dependendo do clima, a florada não está em momento adequado, não pega, se é pouca chuva, isso é prejudicial à florada”, acrescentou, explicando que as flores precisam de chuvas mais volumosas para vingar.
Dessa forma, ainda que seja muito cedo para afirmar, ele não acredita que a safra do próximo ano, a de alta do ciclo bianual do café arábica, será maior que a registrada em 2018.
Segundo especialistas que debateram o tema a convite da Cooxupé, o clima tem apresentado variações, o que gera reflexos nos cafezais por causa de chuvas irregulares, altas temperaturas, geadas e floradas irregulares.