Saúde
Menos de 40% dos bebês da América Latina são amamentados exclusivamente até os 6 meses
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Mãe de três filhos, a apresentadora e mestre de cerimônias Maria Paula Andrade, de 32 anos, sempre entendeu a importância da amamentação até os dois anos ou mais e de forma exclusiva até os seis meses. Mesmo dando à luz à primeira filha aos 16, a brasiliense buscou orientação com profissionais de saúde para amamentar Maria Gabrielle até os dois anos e até doou parte de sua produção para o Banco de Leite Humano do Distrito Federal.
Nas gestações seguintes, Maria Paula também amamentou seus filhos, garantindo nutrientes e defesas essenciais para João e Oniodê, hoje com 15 e cinco anos, respectivamente.
“Os meus três filhos eu amamentei. Cada um em um tempo e de uma forma diferente. Por que a amamentação é importante? Tem essa questão do vínculo, mas acima de tudo, a saúde dos meus filhos. É o primeiro leite, a primeira alimentação da criança.”
A história dos três irmãos, no entanto, ainda não é comum entre os bebês das Américas. Segundo dados da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), apenas 38% das crianças nascidas na América Latina e no Caribe recebem aleitamento de forma exclusiva até os 6 meses. A medida, vista como uma das mais importantes intervenções em saúde por especialistas da área, tem papel fundamental na redução da mortalidade infantil, no desenvolvimento intelectual e até na redução do risco de câncer de mama e ovário em mães que amamentam.
Na avaliação da consultora nacional de Alimentação e Nutrição da OPAS, Alice Medeiros, a América Latina apresenta bons resultados quando comparada à África e Europa. Mas para atingir a meta global estipulada pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis da Organização das Nações Unidas (ONU), ainda é preciso melhorar os números até 2025.
“Em 2012, na Assembleia Global, foram pactuadas o que chamamos de Metas Globais para a Nutrição. Então, até 2025 a gente tem as metas. São cinco. Uma dessas metas globais é o aleitamento materno exclusivo até os seis meses. Então espera-se que os países membros atinjam essa meta de 50% das crianças amamentadas exclusivamente até os seis meses. Os dados são bons. A região das Américas é inclusive considerada uma das melhores regiões em nível global, mas ainda assim está bem abaixo das metas que a gente espera para daqui a seis anos.”
A consultora explica ainda que só 32% dos bebês latino-americanos e caribenhos continuam sendo amamentados até os 24 meses. Ela reforça a necessidade de que governos, sociedade civil, famílias e empresas incentivem a amamentação, com a implementação de medidas regulares em escala nacional como forma de ampliar as taxas de aleitamento materno nos países da América Latina.
A amamentação é uma das formas mais econômicas e eficazes de contribuir para a redução da taxa de mortalidade infantil. Por isso, incentive as mulheres que você conhece a amamentarem seus filhos. Incentive a família, alimente a vida. Para mais informações, acesse saude.gov.br.