Agronegócios
Só clima pode fazer preço da soja subir
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O clima nos Estados Unidos é o único fator que poderá fazer as cotações de Chicago e, por tabela, os preços no Brasil subirem. A afirmação é do analista da T&F Consultoria Agroeconômica, Luiz Pacheco, que condiciona essa alta à possibilidade de ocorrerem danos maiores à safra americana, que começará a ser colhida dentro de dois meses e está em fases decisivas de formação de grãos, necessitando de muita chuva – que está rara em algumas regiões.
“Se a safra americana for duramente afetada, caindo para volumes negativos recordes, do tipo 20% ou 30% de perdas, então os atuais (enormes) estoques teriam que ser usados internamente para alimentação animal ou exportado para países não-China, reduzindo-os na mesma proporção. Por enquanto, as chances disto acontecer são pequenas: como dissemos há secas em algumas regiões, mas, não em proporção a causar grandes danos. A falta de chuva teria que continuar por mais uns 20/30 dias para ser realmente séria. Por isto, o clima é o fator que mais está influenciando Chicago neste momento e no qual todo o mercado está prestando muita atenção”, explica Pacheco.
Outro fator que pesa sobre o mercado neste momento é o Dólar no Brasil, que de acordo com o especialista da T&F, tem “pouquíssima chance” de voltar a subir acima dos R$ 3,80. Isso ocorre, segundo ele, pelos atuais movimentos de queda nos juros tanto nos EUA como na União Europeia, bem como da continuação das reformas no Brasil. “Neste momento está em R$ 3,77. Então, também deste lado, há poucas chances de o preço da soja subir no Brasil”, opina.
Nesse momento perde força de precificação a “guerra comercial” entre EUA/China. “Não se espera nada de muito substancial como conclusão nesta semana da reunião entre funcionários americanos e chineses para tratar dos assuntos comerciais pendentes entre os dois países, entre os quais a soja […] Quem esperou para vender, perdeu dinheiro até agora”, conclui.