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Doenças respiratórias no inverno: perigos e precauções


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As baixas temperaturas levam as pessoas a permanecerem por mais tempo em ambientes fechados. E nessa época do ano, vírus e bactérias ficam suspensos no ar por mais tempo por conta da baixa umidade do ar. O resultado é um aumento significativo de casos de infecções no nariz, seios paranasais, faringe, laringe e também nos pulmões. 

As infecções mais comuns nesta época do ano são os resfriados, amigdalites, sinusites e a gripe, sendo que esta última pode ser prevenida pela vacinação (vacina da gripe ou influenza). 

A médica otorrinolaringologista e Conselheira do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), Regina Marquezini, explica algumas das doenças mais comuns nesta época do ano: 

Resfriados 
Os resfriados são causados por mais de 200 tipos diferentes de vírus. Os sintomas são coriza, obstrução nasal, espirros, dor de garganta e pode, ou não, apresentar febre baixa. Geralmente, têm cura espontânea, com duração máxima de 10 dias. As crianças são mais suscetíveis por ainda não terem tido contato, ao longo da vida, com a maioria destes vírus e pelo fato do sistema imunológico delas estar em franco desenvolvimento. Estas também estão mais sujeitas às complicações dos resfriados como amigdalites, sinusites e otites. 

A contaminação se dá por meio da inalação dos vírus transmitidos em gotículas de saliva e secreções contaminadas, quando o doente tosse ou espirra, pelo compartilhamento de copos e talheres, pelo beijo, um aperto de mãos ou ainda no contato com superfícies contaminadas (maçaneta de portas, mesas, etc). 

No geral, a melhor forma de impedir o contágio é evitar ambientes fechados, não manter contato próximo com pessoas doentes e não compartilhar talheres e copos, além de aplicar álcool gel 70%, frequentemente, nas mãos limpas, e a lavagem nasal com soro fisiológico 0,9%. São medidas simples, que ajudam a eliminar vírus e bactérias. 

O tratamento consiste em controle da dor e da febre, medicamentos para aliviar a obstrução nasal, repouso e hidratação. 

Gripe 
A gripe é causada pelo vírus da influenza tipos A, B e C, sendo o tipo C o responsável por quadros mais brandos. Por esse motivo, a vacina trivalente inclui os vírus da influenza tipo A (subtipos H1N1 e H3N2) e o da influenza B. Como os vírus da gripe são mutantes, é preciso vacinar-se anualmente, pois a imunização também é atualizada de ano a ano. 

Todas as pessoas devem se vacinar, exceto crianças abaixo dos seis meses. Não existe nenhuma contraindicação para pessoas saudáveis, fora do grupo de risco. Estão incluídos nos grupos de risco as crianças de seis meses a cinco anos, as gestantes, puérperas, os trabalhadores da Saúde, povos indígenas, indivíduos com 60 anos ou mais e os adolescentes e jovens de 12 a 21 anos que vivem sob medidas socioeducativas. Além desses, estão a população privada de liberdade, funcionários do sistema prisional, portadores de doenças crônicas e os pacientes imunossuprimidos (que têm baixa imunidade), ou que estejam fazendo uso de medicamentos imunossupressores (medicamentos que abaixam a imunidade do paciente e que servem para o tratamento de algumas doenças). 

Os sintomas da gripe são mais graves se os compararmos aos do resfriado. Incluem febre acima de 38°C; dor de garganta, tosse, espirros, dor de cabeça, dor muscular e nas articulações e ainda podem estar presentes náuseas e vômitos. Os quadros mais graves podem levar à insuficiência respiratória e até a morte, principalmente nos grupos de risco. 

O tratamento inclui medicamentos para alívio dos sintomas, antivirais e até suporte respiratório em ambiente hospitalar, quando necessário. A forma de evitar o contágio é a mesma descrita acima para evitar a transmissão do resfriado 

Sinusites 
São as infecções dos seios paranasais, causadas por bactérias e, em sua maioria, por vírus. Os sintomas são obstrução nasal, dor facial, descida de secreção do nariz para a garganta, tosse e febre em alguns casos. 

Geralmente, o quadro é autolimitado e necessita apenas do tratamento dos sintomas, repouso e hidratação. Quando se agrava e dura mais de 10 dias, pode haver uma superinfecção e ser necessário o uso de antibiótico para o tratamento adequado. A sinusite bacteriana não tratada pode levar a complicações graves em regiões dos olhos e cerebrais. 

Amigdalites 
São infecções virais ou bacterianas das amígdalas. A maioria é de origem viral e se resolve espontaneamente em até uma semana. Em casos de febre alta e persistente, a causa pode ser bacteriana. O médico deve ser consultado e, no exame físico, será detectada a necessidade ou não do uso do antibiótico. 

Em alguns casos podem ser realizados exames laboratoriais para auxiliar no diagnóstico. As amigdalites bacterianas podem gerar complicações como os abscessos amigdalianos, cervicais e a febre reumática. 

Otites 
São infecções da mucosa das orelhas médias que, geralmente, provocam dor de ouvido acompanhada ou não de febre e dificuldade auditiva. Podem tanto ser de etiologia viral e autolimitadas, como de origem bacteriana e necessitarem da utilização de antibiótico para o tratamento adequado. Podem decorrer, ainda, do agravamento de um resfriado. 

As otites têm potencial de causar perfurações da membrana timpânica, mastoidite e meningite, principalmente em crianças até os dois anos de idade e imunossuprimidos.

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