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É possível perder dinheiro em renda fixa?
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Quando se fala em investimentos, os produtos de renda fixa são conhecidos por serem os mais seguros do mercado. Porém, para saber se existe a possibilidade de perder dinheiro investindo, é preciso compreender quais são os riscos previstos em cada aplicação. O fato é que todo investimento apresenta algum risco, ainda que alguns deles sejam significativamente pequenos.
É possível amenizar a ameaça de perdas investindo com critérios. Essa trajetória começa quando o investidor adquire os ativos de acordo com seu perfil e em função de seus objetivos pessoais.
Os riscos ao investir
O primeiro deles é o risco de mercado, que diz respeito aos fatores de mercado que interferem nos resultados da aplicação. Quando alguém, por exemplo, investe no Tesouro Selic contando com a alta do índice e pouco depois ele sofre queda.
Existe também o risco de liquidez, que diz respeito ao tempo disponível para resgate do dinheiro investido. Quando um produto demanda mais tempo para que o dinheiro esteja disponível, diz-se que é um investimento de baixa liquidez. Os títulos públicos têm baixo risco de liquidez, já que podem ser vendidos de volta para o Tesouro Nacional a qualquer momento. Porém, vale ressaltar: o rendimento contratado só vale para quem mantiver o papel até a data de vencimento. Vendas antecipadas são sempre feitas a preço de mercado e, portanto, podem provocar perdas.
Já o risco de crédito pode ocorrer quando a empresa na qual o dinheiro foi investido não tem condições de arcar com suas responsabilidades, ou quando não existe uma cobertura que garanta a segurança do dinheiro.
Além desses, existem também o risco regulatório, quando a lei não protege o investidor em relação à sua aplicação, e o risco operacional, que aparece quando o investimento é gerido por terceiros, na maioria das vezes, gestores de fundos. O risco é de que a gestão não seja adequada para os objetivos estabelecidos.
Onde investir
Existem ativos com perfis mais seguros do que outros, considerando os riscos. Entre eles estão os protegidos pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que é uma entidade privada que funciona como um mecanismo de segurança para o investidor. Investimentos cobertos pelo FGC permitem que o investidor seja ressarcido no prejuízo de até R$ 250 mil por CPF ou CNPJ.
Alguns desses investimentos são:
- Letras de Crédito do Agronegócio (LCA);
- Letras de Crédito Imobiliário (LCI);
- Letras de Câmbio (LC);
- Certificado de Depósito Bancário (CDB)
Também é possível contar com a proteção do governo brasileiro ao investir. Aplicando por meio do Tesouro Direto, na prática, o investidor empresta dinheiro para o governo, que paga com juros atrelados à Selic, ao IPCA ou de maneira prefixada. Como o governo pode emitir moeda, é ele mesmo quem garante a proteção do investidor, de maneira integral, ou seja, em valores acima dos R$ 250 mil garantidos pelo FGC.
Poupança x Tesouro Direto
A Poupança é a forma mais tradicional de guardar dinheiro do país e por isso, é muito comum que esteja associada ao conceito de segurança. Entretanto, quando comparada ao Tesouro Direto, constata-se que não é tão vantajosa.
Como as garantias sobre o Tesouro são oferecidas pelo governo federal, de maneira ilimitada e as garantias sobre a Poupança são dadas pelo FGC, no limite de R$ 250 mil, é significativamente mais seguro investir no Tesouro do que na Poupança. Além disso, o risco de mercado da Poupança é maior do que dos outros títulos disponíveis, pois ela não apresenta um mecanismo eficiente de proteção à inflação.
O tripé de investimentos
A segurança é um dos elementos que sustentam a escolha do bom investidor. Os outros dois são a rentabilidade e a liquidez. O ideal é que a pessoa monte uma carteira diversificada de investimentos na qual seja possível contar com os três elementos.
Sempre que alguém investe pensando na alta rentabilidade, a tendência é que essa pessoa abra mão de segurança, liquidez ou das duas ao mesmo tempo. Isso porque um único ativo não tem como reunir as três características. O mesmo ocorre quando a preferência é por segurança ou liquidez. É recomendado que o investidor iniciante tenha foco na proteção do dinheiro, optando por aplicações consideradas seguras, ainda que elas não ofertem uma rentabilidade tão alta.
É por isso que o mercado de ações costuma trazer resultados mais expressivos do que os de renda fixa: é a contrapartida por oferecer riscos mais elevados. Já o mercado de renda fixa não oferece retornos tão altos, mas garante mais segurança. Cabe ao investidor aplicar de acordo com seu perfil e objetivos para investir adequadamente.