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80% da população enfrentando problemas de saúde mental não recebe tratamento qualificado, aponta OMS


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Campanha Janeiro Branco elenca necessidade de cuidados psicológicos
 

Episódios frequentes de ansiedade, tristeza, mudanças comportamentais, exposição a situações violentas, desempenho acadêmico e profissional baixo são sinais de sofrimento psíquico. Para alertar sobre isso, surgiu o Janeiro Branco em 2014, uma campanha que visa destacar o cuidado com a saúde mental da população brasileira. Em 2023, a iniciativa foi regulamentada por lei.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 80% da população está enfrentando problemas relacionados à saúde mental e não recebe tratamento qualificado. No Brasil, estima-se que 9,3% da população sofre de ansiedade, causada por estresse, pressão social, traumas e problemas financeiros.

Uma pesquisa do Instituto Cactus, com 2.248 brasileiros acima de 16 anos de 746 cidades, monitorou a saúde mental em 2023. O Índice Instituto Cactus-Atlas de Saúde Mental (iCASM) pontuou fatores numa escala de 0 a 1000.

A psicóloga Miriam Carvalho destaca que avaliar a saúde mental possibilita planejar estratégias e políticas públicas. “Podemos ser eficazes na garantia de acesso e manutenção de uma saúde permeada por fatores sociais”, explica.

A pesquisa do Instituto Cactus revela desigualdades no Brasil em gênero, orientação sexual e renda, ligados ao bem-estar psíquico. Desempregados, mulheres, jovens e LGBTQIA+, especialmente trans, apresentam os menores índices.

Pessoas desempregadas tiveram média de 494 pontos, 186 a menos que os assalariados (680). Jovens de 16 a 24 anos registraram 534 pontos, distante dos idosos a partir de 60 anos, com média de 757 pontos.

Miriam, que também é professora na Estácio, destaca que ações de saúde mental para populações com dificuldades de acesso à educação, SUS, assistência e segurança, são recentes, mas ganham espaço lentamente.

“Pensando no motivo de populações minoritárias apresentarem baixos índices de saúde mental, isso se dá pela não presença dessas pessoas, racismo diário, domínio do ser feminino, marginalização, sexualização e patologização da comunidade LGBTQIA+. Buscar saúde mental não é só terapia, que a maioria não tem acesso, mas considerar a existência deste sujeito e valorizar isso”, afirma.

Locais de Atendimento


Unidade Básica de Saúde (UBS): atende casos leves e moderados e é o primeiro ponto de contato para todos os casos.

Centro de Atenção Psicossocial (CAPS): atende demanda espontânea e encaminhamentos. Recebe pacientes em crise ou reabilitação psicossocial.

Pronto-Socorro: Atende casos de urgência.

AI
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