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5 dicas para melhorar a qualidade de vida de pessoas com TDAH


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Psicóloga explica como pacientes com déficit de atenção podem minimizar os prejuízos desse problema

Nos últimos anos, assuntos relacionados à saúde mental estão sendo mais discutidos e falados pela sociedade, o que promove conscientização sobre temas importantes. Depressão, ansiedade, bipolaridade e Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) são geralmente lembrados, mas um dos mais comuns é o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), mais conhecido como déficit de atenção.

Esse transtorno é bastante comum, aparecendo geralmente na infância, e incide em cerca de 8% da população mundial, de acordo com a Associação Brasileira do Déficit de Atenção. No entanto, o caso pode, muitas vezes, ser confundido com outros transtornos, como a ansiedade ou apenas uma desatenção.

Por isso, é importante estar atento aos sinais e às causas do TDAH, como explica a psicóloga Vanessa Gebrim, especialista em Psicologia Clínica pela PUC-SP. “O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e frequentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida”, explica.

Segundo a especialista, esse tipo de condição é caracterizada por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. Além disso, “pode contribuir para baixa autoestima, relacionamentos problemáticos e dificuldade na escola ou no trabalho”.

Abaixo, a psicóloga fala mais sobre o TDAH e explica os sinais de quem tem déficit de atenção. Confira!

1. Não se autodiagnostique

É importante entender que déficit de atenção é um transtorno com uma série de sintomas que podem ser confundidos com outras situações. Logo, o diagnóstico deve ser feito sempre por um especialista, que vai saber entender e lidar melhor com TDAH.

“O diagnóstico do TDAH é clínico, realizado por meio de avaliações médicas e psicológicas. Dessa forma, envolve uma equipe multidisciplinar que, em conjunto com os pais da criança, encontram coerência entre os comportamentos e os sintomas do transtorno”, aconselha.

2. Fique atento aos sinais

Não apenas a pessoa que acredita estar com TDAH, mas toda sua família deve notar as possíveis indicações do déficit de atenção. “Dentre os principais sintomas, estão: falta de foco e atenção, tédio, procrastinação, dificuldade em manter rotinas, esquecimentos, repetição de erros, entre outros. Tudo isso pode prejudicar [o paciente], por isso a importância de ser diagnosticado e fazer o tratamento de forma adequada. Com medicação e psicoterapia, fica mais fácil superar as dificuldades”, justifica a especialista.

3. Busque o tratamento

Embora não haja uma cura para TDAH, existem tratamentos que podem mitigar seus sintomas. “TDAH não tem cura, pois é algo que faz parte da pessoa e que acompanhará por toda a vida. Contudo, não quer dizer que ela terá prejuízos permanentes. Isto significa que, mesmo não tendo cura, o TDAH é um transtorno que pode ser bem manejado. Neste sentido, escolhendo tratamentos que tragam efeitos de longo prazo, é possível ter excelente qualidade de vida”, diz Vanessa.

Além disso, o tratamento é feito com medicação e psicoterapia. “O psicólogo vai utilizar estratégias de organização de atividades diárias, de conscientização do próprio comportamento, de autoavaliação, de autocontrole, de autoinstrução, de resolução de problemas, de reestruturação cognitiva e prevenção de recaídas e também na motivação”, complementa a psicóloga.

Psicóloga infantil e criança com TDAH durante sessão de terapia no interior da escola primária

Crianças com TDAH podem ter problemas de rendimento escolar (Imagem: Ground Picture | ShutterStock)

Crianças com TDAH podem ter problemas de rendimento escolar (Imagem: Ground Picture | ShutterStock)

4. Tenha cuidado com o hiperfoco

É essencial que quem for diagnosticado com TDAH entenda o que está passando e que pode ser tratado. “Manter o foco em uma atividade é algo positivo. O problema é quando existe o hiperfoco em pessoas com TDAH, que é a tendência de concentração em atividades específicas, [isso] faz com que elas percam o controle da intensidade e do tempo empreendido em uma única tarefa”, explica a especialista.

Para os pequenos, se não tratado, esse problema pode ser prejudicial em alguns aspectos. “Para as crianças, esse comportamento pode causar prejuízos, como problemas no rendimento escolar e na convivência em casa. Dessa forma, perdem a noção do que acontece ao seu redor e a elas têm dificuldade de socializar, visto que o nível de atenção é totalmente voltado a uma só coisa. A criança pode permanecer o dia todo sozinha no quarto, sem se comunicar com outras pessoas”, explica.

Já para adultos, o hiperfoco pode prejudicar em outros aspectos da vida. “Existe déficit na produtividade no trabalho, mantendo o foco em um único projeto ou atividade, que aumentam as chances de o profissional esquecer reuniões e entregas importantes, e interferem no rendimento”, exemplifica.

Além disso, esse problema pode oferecer outros prejuízos para o adulto. “No convívio social, assim como na vida profissional, os adultos com TDAH e hiperfoco estão mais propensos a esquecer os compromissos sociais, seja uma festa de aniversário ou um favor para um amigo. Ou até na falta de organização, em geral, essas pessoas se desorganizam e têm dificuldade em gerenciar o tempo, acumulando tarefas”, enumera a psicóloga.

5. Busque qualidade de vida

Embora possa afetar a vida em diversos aspectos, é plenamente possível ter uma vida de qualidade com o diagnóstico do TDAH. “Intercalar atividades que são prazerosas com obrigações é uma forma de fazer com que a criança com TDAH fique menos cansada. Adicionar técnicas de organização, ensinar a criança a não interromper as atividades, incluir momentos de descanso para lidar com a hiperatividade, estimular amizades e fazer brincadeiras com regras e limites também podem ajudar”, comenta.

Já hábitos saudáveis são muito úteis para qualquer um com TDAH. “Praticar exercícios, dormir e se alimentar bem, efetuar técnicas de respiração e meditação e descansar a mente após uma longa jornada de trabalho, de preferência, sem entrar em contato com estímulos agressivos, como os provenientes das redes sociais e videogames por um tempo, são uma boa opção”, finaliza Vanessa Gebrim.

Por Isabelle Rocha

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