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5° BEC é recomendado por ferroviários para fazer obras de revitalização na Madeira Mamoré
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Sem inspeção efetiva por parte da Procuradoria do Meio Ambiente no âmbito federal no Estado de Rondônia, as obras de reconstrução dos muros de contenção (taludes) desbarrancados numa suposta ação das águas advindas da abertura das comportas das usinas quase pararam por causa de novo prejuízo ao Projeto de Revitalização da Estrada de Ferro Madeira Mamoré (EFMM).
Dessa vez, além da falta do projeto técnico a ser avaliado pelo Ministério Público e à Justiça Federal, uma das escavadeiras automáticas (PC) da Usina Santo Antônio utilizada na remoção das rochas lançadas para ‘segurar’ as encostas dos barrancos, quase foi engolida totalmente pelas águas do Rio Madeira.
De acordo com um dos fiscais da Associação dos Ferroviários (ASFEMAM), mesmo diante do acompanhamento do setor de engenharia da Prefeitura, ‘desse jeito, sem ouvir ninguém, a Santo Antônio, só experimentará dissabores’. Inclusive, ‘esse grupo não está mais em condições morais de assumir as obras’.
As obras de construção dos muros de contenção (taludes) no entorno dos módulos do enroscamento da Estação Central da ferrovia há muito foram recomendadas ao Departamento de Engenharia do 5º Batalhão de Engenharia e Construção (BEC), da 17ª Brigada Militar. Porém, manobras atribuídas à Prefeitura local, ‘mantiveram o contrato e o planejamento do empreendimento ao Consórcio Santo Antônio Energia’.
Os taludes são partes do conjunto de exigências aditadas na decisão do Desembargador Federal Souza Prudente, do TRF 1 do Distrito Federal (DF), que obrigaram a Santo Antônio a revitalizar todos os trechos da Madeira Mamoré à Vila Candelária e dessa, à Estação Ferroviária, em Guajará-Mirim, na divisa com a Bolívia. Após essa decisão, ‘eles se recusam a cumpri-las’, diz George Telles de Menezes, 59.
Obrigada pelo TRF-1 a cumprir exigências em troca do licenciamento da hidrelétrica, a Santo Antônio vem acumulando pendências após a construção do empreendimento. No caso dos taludes, é acusada de não apresentar o projeto técnico aos órgãos de controle. Mas, viria obtendo vitórias junto a Curadoria do Meio Ambiente e Prefeitura local. Inclusive impedindo a participação de entidades representativas em sessões da Justiça e em audiências públicas pela manutenção do tombamento da Ferrovia.
DINHEIRO PRA QUÊ? – O ex-senador Ivo Cassol destinou cerca de R$ 3,2 milhões em emendas parlamentares, cabendo ao governo do Estado após multas em valores de até R$ 2,5 mi, o bastante para assegurar o custeio da construção dos muros de contenção no setor de enroscamento a partir das encostas do Rio Madeira até ao pátio central do Complexo Ferroviário.
Ocorre que, a Santo Antônio preferiu garimpar as sobras das rochas implodidas durante as operações de supressão da antiga Cachoeira de Santo Antônio. O material usado na construção dos muros de contenção, segundo ex-trabalhadores das duas usinas, ‘foi levado de balsa e lançado sobre as encostas do Rio Madeira, assim como se lança pedras em árvores dos vizinhos para furtar frutas’, ironizaram os trabalhadores.
Conforme afirmam consultores independentes, ‘com tantos micos atribuídos a Santo Antônio sobre as ‘estórias’ plantadas sobre a revitalização da Ferrovia do Diaabo, por que a Curadoria do Meio Ambiente do MPF não recorre à Justiça Federal não repassa essas obras ao 5º BEC?’, indagaram.
‘O TRABALHO HONRADO TUDO VENCE’ – O Exército Brasileiro na área da construção civil leve e pesada ‘tem um trabalho honrado e a tudo vence com competência’, assinalaram as fontes. Segundo disseram, o BEC constrói e reconstrói rodovias, aeroportos e vias pavimentadas em cidades de todo o País. Além de, no conjunto dessas competências, ‘possui larga experiência em construção, ampliação, reforma, adaptação, reestruturação e conservação de obras em todo o território nacional, empregando as mais avançadas tecnologias da área de infraestrutura’, pontuou o consultor Lemes Soares, 47.
Historicamente, no caso das obras de contenção dos taludes desbarrancados a 100 metros da área que dá acesso ao Complexo Ferroviário da Estrada de Ferro Madeira Mamoré (EFMM), ‘o 5º BEC da 17ª da Brigada Militar, em Rondônia, não só daria conta do recado, mas também de todo o projeto de revitalização da Ferrovia’, garante o Vice-Presidente da categoria dos ferroviários, George Telles Menezes, Carioca, 59.
Para o neto de ferroviário Juscelino da Silva, 39, ‘história, o trabalho e a tradição em obras da construção civil leve e pesada do 5º Batalhão de Engenharia e Construção, ao que parece, ‘só são desconhecidos da Prefeitura, do Consórcio Santo Antônio Energia e supostamente, de parte dos curadores do meio ambiente estadual e federal em Rondônia’, arrematou Da Silva.